terça-feira, 27 de abril de 2010

A família do papai

Dia 31 de janeiro; era manhã quando acordamos no micro ônibus chegando em Belo Horizonte. Estávamos voltando de viajem, eu e o Lucas (meu namorado, esse é o nome dele, ainda não tinha falado isso aqui, hehe)... os dois exaustos do show da noite passada e da viajem de São Paulo também, é claro.
Nos separamos, fui para a casa da minha avó para um almoço de família, e ele para a casa dele. A hora de contar para os pais dele estava chegando. Após o almoço eu me encontraria com ele em sua casa para contarmos juntos.

Meu irmão estava numa ansiedade sem tamanho para contar a toda a família a novidade. Então o deixei contar logo... ele chegou na sala e falou bem alto “É, nós temos que dar parabéns para a vó, que agora ela vai ser bisavó!”. Todo mundo rindo e perguntando de quem, e eu levantei a mão, bastaaante sem graça. Ninguém acreditou de início, mas como eu já tinha dito a minha avó que eu estava desconfiada, ela sabia o que estava acontecendo.
Os meus tios ficaram bastante surpresos, mas vieram me abraçar, dizendo que seria um bebê muito bem vindo e que todos cuidariam e amariam como se fosse um filho deles.

Eu estava na casa da minha avó ainda, quando o Lucas me ligou:
Ele me disse que já tinha contado para os pais dele, na verdade, foi “forçado”a contar, pois a mãe dele foi tirar as roupas sujas de dentro da mochila dele e achou minha vitamina de ferro e ácido fólico e também o meu protetor solar especial para gestantes. A mãe dele chorou bastante, mas disse que estaria ao lado dele para ajudar no que fosse preciso. O pai dele ficou em estado de choque. Calou-se durante todo o dia, e só voltou a falar no final da noite. Logo de início a mãe dele começou a ligar para os famíliares e contar a novidade. A avó materna dele, que já me conhece (eu ainda não conheço a família paterna dele), ficou tranquila, disse que nos ajudaria no que fosse preciso, inclusive se ele quisesse passar uns tempos na casa dela comigo e tudo o mais; e ela ajudou a tranquilizar os pais dele também. Não lembro tooodos os detalhes.. . mas foi mais ou menos isso. Eu estava com vergonha de ver os pais dele. Já sabia que eles não ficariam tão bem quanto os meus, mas seria melhor se eu desse um tempinho para eles digerirem a informação!

No dia seguinte, o Lucas veio a noite com os pais e a irmã mais nova – 8 anos – em minha casa, para apresentarmos meus pais aos pais dele. Fiquei melhor ao vê-los, pois apesar de tudo eles já estavam com cara boa, e até participando e fazendo piadas com meus pais sobre eles serem avós tão novos e essas coisas. Foi uma conversa boa, e eles se deram bem. Meus sogros ficaram tão aliviados de saberem que meus pais estavam levando isso tudo na boa, e que não iriam em momento algum cobrar nada do Lucas. Tenho certeza que a maior preocupação da mãe dele era que eu tenho 17 anos e ele tem 20, e me engravidou. Ela teve medo dos meus pais exigirem que ele trabalhasse para pagar pensão e essas coisas todas. Meus pais não pensam assim, eles sabem que a responsabilidade é dos dois, e que eu não fui nenhuma vítima. Foi bem agradável essa noite; pelo menos eu achei.

Enfim, depois disso tudo, estávamos prestes a começar uma nova semana, com coisas novas e mais positivas para pensarmos. Tínhamos acabado um capítulo, pois o susto tinha passado, nossos pais já sabiam e já tinham conversado. Íamos começar agora o capítulo onde acostumamos com a idéia de ter um filho e começamos a adaptar e programar nossa vida a partir daquele momento. É o que fazemos até hoje, e faremos por muito tempo ainda!

Até a próxima... =D

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A família da mamãe...

Contar para minha mãe; contar para minha mãe e para meu pai; contar para a mãe dele; contar para o pai dele; contar para a mãe e para o pai dele; contar para nossos pais juntos; contar para nossas avós maternas... UFA! Estávamos em dúvida, e com MUITO medo da reação dos nossos pais.
Ele não queria contar para os pais dele ainda, pois íamos a um show em São Paulo no final da semana, e estávamos com medo da mãe dele achar perigoso a viagem e o show, pois era show de metal, ou seja, nada nada tranqüilo. Mas, como eu disse, eu não ia conseguir ir pra casa, ver meus pais, e não contar para eles. Então ficou decidido que eu contaria para meus pais, e quando voltássemos de viagem contaríamos para os pais dele.

À noite, eu estava calada e pensativa; minha mãe olhando várias lojas de roupa no shopping – como sempre. Contei ao meu irmão primeiro, quando minha mãe não estava por perto. Ele ficou eufórico e pareceu mais ansioso para contar a novidade à nossa mãe que eu mesma. Ele logo ligou para sua namorada para contar-lhe, e ela,assim como ele, ficou feliz. Esse é o meu irmão mais velho – um ano e meio de diferença, as nossas idades. Tenho outros dois irmãos, um de 5 anos e um outro de 2. Pelo menos na minha casa já é tudo adaptado para crianças, e já estamos todos acostumados.

Quando fomos comer, esperei ficar sozinha com a minha mãe, olhei para ela rindo, e sem graça – eu estava absolutamente perdida em como começar a falar – e disse: “É mãe...” Ela olhou para mim com certa surpresa, como se já soubesse o que eu ia falar, e eu continuei: “Estou grávida!” E ela, ainda com cara de surpresa perguntou se era verdade mesmo, porque outras vezes eu já tinha dito a ela que suspeitava. Fui logo falando: “Fiz teste de farmácia, depois de sangue e hoje fui à médica e fiz ultrason. Estou com 2 meses de gravidez”. Ela ficou surpresa de eu já ter tomado todas essas providências antes de contar a ela. E ela finalmente disse: “Uai, fazer o que? Ta bom né! Ainda bem que eu não dei as coisas de neném ainda.” Em seguida meu irmão chegou e os dois começaram a rir e fazer piada, pensando no futuro e como seriam as coisas a partir daquele momento.
Eu já sabia que minha mãe não ia me xingar ou ficar com raiva de mim; ou coisas como essas que acontecem com muita frequência, mas esperava um pouco mais de desespero e até algum sermãozinho de leve. Achei legal o esforço dela em não demonstrar sua preocupação e as várias coisas sérias que ela deve ter conversado depois com meu pai. Me senti tão mais leve, e mais disposta a enfrentar tudo...

Para contar ao meu pai, minha mãe disse para eu falar com as mesmas palavras que ela anunciou suas duas últimas gravidezes. Então eu falei: “Pai, tenho uma coisa séria para conversar com você.” Meu irmão e minha mãe estavam na porta da cozinha, olhando, e dando gargalhadas. Me segurei para não rir – de tanto nervosismo, claro! Meu pai me olhou por cima dos óculos por um tempo, voltou a preparar a mamadeira dos meus irmãozinhos, e disse: “Andou vacilando aí, né?” Eu respondi: “Pois é, teremos mais um neném aqui em casa”. Ele não disse mais nada diferente, e entrou na onda do meu irmão e da minha mãe, fez uma piada ou outra, riu um pouco, balançou a cabeça, e disse: “Tudo bem, fazer o que!”. Minha mãe contou que meu pai queria outro filho; ele estava até feliz, apesar de preocupado, pois ao invés de um filho, teria um neto. Mais uma vez, me surpreendi. Esperava dele, também, um pouco mais de decepção comigo e lições de moral. Ainda bem que eu estava errada em ambos os casos.

Acho que meus pais já sabiam que eu tinha consciência do que estava por vir, e que EU já tinha ME dado um sermão. Tenho sorte de ter os pais que tenho. Ambos ficaram felizes e ansiosos, contando para todo mundo que seriam avós! Que bom que foi assim.

"ALÍVIO": é a palavra que caracteriza o meu estado no final daquele looongo dia!
:D

domingo, 25 de abril de 2010

Pronta para o que viesse

Eram tantas as evidências, mas o choque foi grande de mais (tanto para mim quanto para ele) para aceitarmos assim o que estava por vir em alguns meses – não sabíamos exatamente quantos ainda. No dia seguinte, fui logo pela manhã, acompanhada de duas amigas, fazer o exame de sangue para confirmar o que já estava mais do que certo. Meu namorado ainda tinha uma pontinha de esperança de que o teste de farmácia tivesse dado errado, apesar de que ele mesmo sabia que isso não tinha acontecido. O resultado saiu no mesmo dia; enfim, G R A V I D Í S S I M A!: Foi o que uma amiga disse quando o resultado deu 5.000,0 mUI/mL (dosagem do hCG) e o valor de referência para positivo era superior à apenas 30,0 mUI/mL.

Tentamos ir ao consultório da minha ginecologista. Estava preocupadíssima pois não sabia quanto tempo eu tinha de gravidez, mas sei que com certeza eu já deveria estar fazendo o pré-natal. Infelizmente ela não estava neste dia, mas deixei recado para ela ligar assim que pudesse. Depois disso, almoçamos em um restaurante costumeiro e apesar das preocupações, nos divertimos, falamos bobagens, fizemos piada com a situação, e eu consegui me tranqüilizar e pensar com calma. Não sei se teria me conformado sem as duas. Com certeza foram importantíssimas para eu encontrar coragem e força – e até mesmo entusiasmo – para enfrentar tudo (e todos).
À tarde minha médica ligou, dizendo para eu ir lá no dia seguinte bem cedo que ela me encaixaria em seus horários.

À noite fui ao cinema com meu namorado, para ver se ele conseguia se distrair. Não posso dizer que não melhorou nada, mas não obtive muito sucesso. Ainda acho que se ele tivesse contado a alguém antes, como eu fiz, ele teria conseguido aceitar tudo mais rápido.

Terça-feira, dia 26/01, lá estávamos eu e ele no consultório da minha ginecologista/obstetra, contando toda a situação. Ela disse que o primeiro passo seria fazer um ultrason para saber o tempo de gestação e depois contar aos nossos pais. Ela falou especialmente para mim: “Você deve conversar com a sua mãe e ver o que vocês vão fazer...” coisa do tipo. A Dra. sempre foi bastante simpática e compreensiva, mas nós dois tivemos a impressão que ela estava insinuando aborto. Não sei se ela ia sugerir isso, mas deu a entender que ela achou que queríamos. LONGE DE MIM. Logo fui falando em começar o pré-natal para deixar bem claro que eu teria esse bebe, custasse o que fosse.

No ultrason, mais uma surpresa, eram dois! Brincadeira... não é pra tanto! Mas ficamos um pouco surpresos sim, pois o desenvolvimento do bebê sugeria gestação de 8 semanas; ou seja, estava grávida há DOIS meses e não sabia. Um pouco tenso, mas pelo menos seria menos tempo até o neném nascer. Me emocionei ao ouvir o coração bater no ultrason, mas eu ainda não tinha noção de que uma vida estava se desenvolvendo dentro de mim!!! Estava tão ansiosa, apesar do medo, que não aguentaria ver meus pais sem contar a eles, o que aconteceria naquela mesma noite.



Uma ‘coisinha’ tão frágil, de apenas 3 cm, que em menos de um ano estaria no meu colo, me fazendo a pessoa mais feliz do mundo! E agora, em menos de meio ano! *_*

sábado, 24 de abril de 2010

Suspeitas coincidências

Desde os 15 anos (segundo semestre do ano de 2007) comecei a tomar um anticoncepcional e continuei com o mesmo durante dois anos, quando resolvi trocar. Aproveitei que nessa época eu e meu namorado estávamos ‘distantes’ (poupo-os de detalhes). Bom, teoricamente não teria problema, porque durante os dois meses que se passaram, eu não o tomei corretamente, e nem gostei dos efeitos do novo anticoncepcional, pois eu poderia menstruar OU não. Sendo assim, resolvi voltar para o meu antigo, o que levaria mais tempo para a adaptação. Quando foi no final de novembro, estávamos bem de novo e resolvemos fazer algo que eu nunca tinha feito antes: sexo menstruada. Já que eu estava menstruada (era o último dia), e tomava pílula (não muito corretamente, digamos, mas tomava), não usamos camisinha.

Obs: Lembro na aula de biologia daquele mesmo ano (2009), embriologia, que EU perguntei ao meu professor (um dos melhores que eu já conheci na vida, diga-se de passagem) se era possível engravidar menstruada. Ele tirou 20 minutos finais da aula para me responder. Disse que era MUITO difícil, mas que ele já tinha ouvido falar de casos assim. Esse ano fiz questão de voltar à minha escola, para lhe dizer que aconteceu comigo. Engravidei, e estava menstruada. Ele se lembrou da minha pergunta. Engraçado essas ironias da vida, né?

Ano passado foi o ano em que eu e meu namorado tentamos vestibular na UFMG. A prova da primeira etapa foi no dia 29 de novembro, e quem passa para a segunda etapa estuda durante dezembro para a prova. Confesso que eu não fui às aulas. Estava cansada e não conseguia me concentrar para as explicações. Acredito que isso tenha sido influenciado por conta da gravidez, mas eu nem pensava nisso na época. Apesar de algumas suspeitas, eu não quis confirmar nada, até porque eu não queria deixar meu namorado nervoso e pressionado na hora H.
A prova da segunda etapa ocorre uma matéria por dia. No meu caso, eu teria 4 dias de prova. No segundo dia de prova, 05/01/2010, física, acordei enjoada e falei para o meu namorado. Ficamos brincando e fazendo piadas, mas com aquele ‘Q’ de preocupação. Foi nesse dia que começou; a partir desse daí, enjoei TODOS os dias até o final de janeiro, sem exceção.
Durante dezembro continuei tomando pílula, mas em janeiro resolvi parar e esperar eu menstruar para começar a nova cartela corretamente. A menstruação não chegou. E, o principal, o meu peito estava extremamente inchado e visivelmente maior.
Dentro de nós, sabíamos que era 80% de chance de eu estar grávida, mas não confirmamos antes de sair o resultado do vestibular. Contamos para os nossos amigos e para meu irmão das suspeitas. Eles riram com a gente, brincaram, ficaram preocupados também, mas assim como nós, não achavam que seria verdade. Ambos passamos: eu para física e ele para biologia. Euforia essa que durou pouco.

Minha sorte - e da minha filha também - foi que eu havia diminuído, quase parado de beber, o que eu costumava fazer com frequência em festas e férias.
Até hoje não sei como conseguimos esperar tanto tempo assim para saber! A gravidez foi um susto para todos, mas até que nem tããão surpreendente assim, né?

Tchauzinho, até a próxima!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A confirmação

Há 3 meses atrás, eu me encontrava no banheiro da casa da minha avó, com o meu namorado. Eu morava lá naquela época. Estávamos prestes a fazer algo que eu já tinha feito no mínimo três vezes naquele ano que se passara, desde que estávamos juntos. Mas dessa vez alguma coisa estava diferente, e não era só o fato de ele estar lá, presente no momento, mas eu sabia que o resultado tinha chance (grande chance, diga-se de passagem) de ser diferente dos outros. Depois de enrolarmos pouco menos de um mês, compramos o teste.
Por mais que eu quisesse MUITO que o resultado fosse negativo, lá estavam as duas listras rosa – duas porque uma delas indicava a presença do hCG, hormônio presente na gravidez - me provando o contrário, e fazendo meu mundo ideal inteiro d e s m o r o n a r.
Se, para mim, que já tinha me conformado com a possibilidade da gravidez durante esse mês, foi um baque sem igual, imagina para o meu namorado, que realmente acreditava que era só mais um alarme falso! Não sei se eu estava realmente conformada, ou se a ficha demorou a cair. Se bem que... Falando aqui agora... A segunda opção se encaixa melhor.
Tenho comigo que quando coisas inesperadas acontecem em nossa vida, não devemos perder tempo desesperando se isso não for ajudar, mas devemos encarar a situação e pensar, antes de mais nada, nos pontos positivos e em seguida no que fazer para melhorar os negativos. E foi assim que se seguiu a última semana de janeiro de 2010, eu tentando mostrar ao meu namorado o que o choque e o desespero não o deixavam ver. Acho que consegui, pois pouco tempo depois ele já estava aceitando BEEEM melhor toda a situação.

Uma dica para quem passar por essa situação é: não guarde para você o que acabou de descobrir. Tente conversar com amigos que vão te apoiar e não te julgar. Sabemos que engravidamos por algum vacilo nosso, e não por falta de informação, e ninguém precisa te dar lições de moral – salvo exceções como pais ou responsáveis. Tudo que a gente precisa nessa hora é acreditar que as coisas vão se ajeitar e vai dar tudo certo; que teremos amigos ali, do nosso lado, nos apoiando no que for preciso. Eu contei para minhas amigas mais próximas assim que soube, e isso aliviou bastante o nó que apertava minha garganta, o que não aconteceu com meu namorado, que se “trancou” emocionalmente durante uma semana – a famosa fase da negação – mas quando ele contou para alguém foi que as coisas começaram a melhorar (principalmente quando esse ‘alguém’ foi o pai e a mãe dele).



Não preciso dizer o quanto estamos felizes com esse bebezinho que está a caminho, agora que já se passaram tantas semanas. Demorei para relatar esse momento, mas com um pouco de esforço farei uma retrospectiva desde que tudo começou, até alcançar o meu presente estado.

Até breve! :)

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